Muitas pessoas perguntam como esse país poderia desenvolver-se,
como conseguiremos sair dessa situação de atraso e quando escolheremos melhor
nossos políticos. A resposta é sempre uma: educação. Uma nação com mais
educação escolhe e cobra melhor seus governantes, sem cair nos engodos de
charlatões profissionais que apelam para recompensas financeiras em troca de votos.
O maior entrave desenvolvimentista desse país reside na
classe política. Debaixo dos discursos bem-intencionados, escondem-se crápulas
que pensam apenas em interesses particulares. O objetivo da grande maioria dos
políticos é a perpetuação no poder, custe o que custar. A fórmula é simples e bom conhecida: um
povo mal informado é um povo fácil de manipular.
Se algum dia acontecer uma reforma radical na educação, uma revolução educacional verdadeira, que visasse a melhoria prática de todo o sistema de ensino e não apenas buscasse maquiar a situação local para fazer figura junto a organismos internacionais, a reforma política viria a reboque.
Atualmente, tem aumentado o número de analfabetos funcionais
em faculdades que estão no comércio varejista de diplomas. Amanhã poderemos ter analfabetos ensinando analfabetos (será como ter um cego guiando outro). Nosso Brasil
tem soluções mágicas para tudo: para melhorar índices educacionais, ao invés de
capacitar o aluno, ele o aprova sem conhecimento; para diminuir a
superlotação carcerária, ao invés de construir presídios, ele liberta os criminosos
(mas isso é outro assunto), e por aí vai...
O
importante é o país parecer bem, e não estar bem. Escolas estão mal
estruturadas, professores mal qualificados e remunerado, faculdades medíocres e alunos analfabetos
posando com o canudo na mão (literalmente, é o retrato da nossa decadência educacional). A juventude reverencia jogadores de futebol, Big Brothers, mulher melancia, pêra, quiabo e afins, enquanto educadores são
desrespeitados em sala de aula. Enquanto isso, a ignorância da população garante o diploma do
político.
Nossa situação tem solução? Vejamos se consigo responder:
para mudar a nossa realidade, precisamos de vontade política, mas os políticos
dificilmente mudariam algo que é cômodo e benéfico a eles. Precisamos então
mudar os políticos, mas é difícil fazer isso com uma população facilmente
manipulável. A educação é refém da política.
O leitor poderia dizer: você não respondeu a pergunta! Bom,
a solução é visível há muito tempo, mas a aplicabilidade dela é muito
complicada. Dependemos de políticos mal-intencionados e de um povo, em sua
maioria, acomodado. Talvez seja mais fácil achar respostas para os mistérios do
universo e o sentido da vida que, atualmente, responder a essa questão.
Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)
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