sexta-feira, 9 de maio de 2014

EDUCAÇÃO: REFÉM DA POLÍTICA

Muitas pessoas perguntam como esse país poderia desenvolver-se, como conseguiremos sair dessa situação de atraso e quando escolheremos melhor nossos políticos. A resposta é sempre uma: educação. Uma nação com mais educação escolhe e cobra melhor seus governantes, sem cair nos engodos de charlatões profissionais que apelam para recompensas financeiras em troca de votos.

O maior entrave desenvolvimentista desse país reside na classe política. Debaixo dos discursos bem-intencionados, escondem-se crápulas que pensam apenas em interesses particulares. O objetivo da grande maioria dos políticos é a perpetuação no poder, custe o que custar. A fórmula é simples e bom conhecida: um povo mal informado é um povo fácil de manipular.

Se algum dia acontecer uma reforma radical na educação, uma revolução educacional verdadeira, que visasse a melhoria prática de todo o sistema de ensino e não apenas buscasse maquiar a situação local para fazer figura junto a organismos internacionais, a reforma política viria a reboque. 

Atualmente, tem aumentado o número de analfabetos funcionais em faculdades que estão no comércio varejista de diplomas. Amanhã poderemos ter analfabetos ensinando analfabetos (será como ter um cego guiando outro). Nosso Brasil tem soluções mágicas para tudo: para melhorar índices educacionais, ao invés de capacitar o aluno, ele o aprova sem conhecimento; para diminuir a superlotação carcerária, ao invés de construir presídios, ele liberta os criminosos (mas isso é outro assunto), e por aí vai...

O importante é o país parecer bem, e não estar bem. Escolas estão mal estruturadas, professores mal qualificados e remunerado, faculdades medíocres e alunos analfabetos posando com o canudo na mão (literalmente, é o retrato da nossa decadência educacional). A juventude reverencia jogadores de futebol, Big Brothers, mulher melancia, pêra, quiabo e afins, enquanto educadores são desrespeitados em sala de aula. Enquanto isso, a ignorância da população garante o diploma do político.

Nossa situação tem solução? Vejamos se consigo responder: para mudar a nossa realidade, precisamos de vontade política, mas os políticos dificilmente mudariam algo que é cômodo e benéfico a eles. Precisamos então mudar os políticos, mas é difícil fazer isso com uma população facilmente manipulável. A educação é refém da política.

O leitor poderia dizer: você não respondeu a pergunta! Bom, a solução é visível há muito tempo, mas a aplicabilidade dela é muito complicada. Dependemos de políticos mal-intencionados e de um povo, em sua maioria, acomodado. Talvez seja mais fácil achar respostas para os mistérios do universo e o sentido da vida que, atualmente, responder a essa questão.

Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)

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