sexta-feira, 16 de maio de 2014

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Vereador é profissão? Acredito que não seja e nem deva ser. Se vereador fosse profissão, admitiríamos que algumas pessoas poderiam depender exclusivamente de verbas públicas para se manter, e isso seria parasitismo patrocinado pelo povo. Quem diz ser vereador 24 horas por dia, se não for mentiroso, é um inútil. Ninguém é vereador. Eventualmente está vereador. 

A vida é cheia de imprevistos. E o aneurisma cerebral que acometeu meu irmão me mostrou isso. Hoje ele necessita de cuidados intensivos, inclusive fonoaudiológicos, em São Luís, e resolvi ajudá-lo em sua recuperação. Existe algo que me impeça? Nada e nem ninguém. Quando se trata de família, não existem limites. Sempre que é possível, o acompanho. Aproveitando a oportunidade, além de contribuir na reabilitação, também resolvi ampliar meus conhecimentos e cursar outra faculdade afim ao meu primeiro curso. Nada me impediria de conciliar a maternidade, a feminilidade, a profissão, a família, a educação dos meus filhos, os cuidados com o lar e o mandato de vereadora. 

Muitas mulheres naturalmente já enfrentam uma dupla jornada de trabalho (desdobrando-se entre a profissão e os cuidados com marido, filhos e lar). Desempenham papel de mãe, esposa, enfermeira, cozinheira, lavandeira, faxineira e por aí vai. Com o cansaço, sei que às vezes é fácil ficar desestimulada. Também fico, mas sei também que sempre podemos ir além. Historicamente faz parte do ser feminino lidar com grandes adversidades. 

Isso interferiria no meu papel de vereadora? Acredito que não. Sei das minhas responsabilidades e do voto de confiança em mim depositado. Exercerei meu mandato com independência, pois já era independente antes de ser vereadora. Farei sempre o melhor para Chapadinha, assim como também farei sempre o melhor para minha família. Não creio que congelar a vida por quatro anos seja uma atitude inteligente ou responsável... Sempre podemos mais. 

Estou sempre atenta ao que acontece em Chapadinha e participarei das sessões e votações dentro das normas estabelecidas. Imagino que algumas pessoas possam criticar minha posição, pois é sempre mais fácil governar a vida de terceiros. Para essas pessoas, digo: tranqüilizem-se. Sei da minha capacidade e da capacidade de todas as mulheres.

Com relação ao atestado de 15 dias que apresentei, foi por ter sido acometida por fortes dores na coluna que me impossibilitava de fazer grandes deslocamentos. Apresentei um atestado para tratamento médico, mas isso não significa que eu tenha que fica acamada e enclausura em um quarto ou em casa. Acredito que muitos que já sofreram ou sofrem de problemas de coluna tem momentos de dores e momentos de alívio. 

Como já sou graduada em fonoaudiologia, tive a oportunidade de solicitar aproveitamento de estudo, o que me possibilita cursar odontologia sem necessariamente estar na faculdade de segunda a sexta-feira. A documentação postada por um blogueiro sem credibilidade, não mostra nenhum ato ilegal, uma vez que na imagem consta a inserção do meu nome após a aprovação do vestibular, e na outra imagem, a entrega de uma avaliação numa quarta-feira.

Amigos, isso não passa de uma perseguição política com a única intenção de mudar o foco e a responsabilidade exclusiva do presidente da Câmara, quer resiste em fazer cumprir a lei que prevê a extinção do mandato do vereador Eduardo Sá, subestimando a inteligência dos nobres parlamentares e da população manipulando a Câmara para satisfazer suas vontades e a de poucos vereadores em detrimento da lei.

Outro fato que revela clara maquinação com fundo político, é que nem quando meu irmão foi acometido por um aneurisma cerebral, ficando em coma, com risco de morte, não me ausentei. Compareci às sessões e exerci meu papel. As denúncias feitas em tendencioso texto divulgado em redes sociais são inverídicas e passíveis de ação judicial. Drº Osdemar é médico da nossa família, e já foi informado do ocorrido e das insinuações maldosas com seu nome e tomará as providencia judiciais necessárias. 

Não deixarei de participar das grandes discussões do nosso município e sempre terei em mente os menos favorecidos, pois acredito que a política seja um meio de promoção da melhoria social e não um fim para promoção própria. Hoje dou informações sobre minha vida particular, porque sou uma pessoa pública e podemos ser mal interpretados ou até mesmo vítimas de uma campanha difamatória como infelizmente tornou-se hábito no meio político. 

Algumas pessoas acham que figuras públicas devem dar exemplo. Espero passar que sempre podemos fazer mais e que o acomodamento é apenas uma opção. Uma má opção. Sou filha, irmã, fonoaudióloga, esposa, dona de casa, mãe, vereadora e estudante. Parece muita coisa? Não! Sou mulher. Agradeço a todos que dedicaram um pouco do seu precioso tempo para ler essa mensagem.

Lívia Saraiva

quarta-feira, 14 de maio de 2014

VELOZ COMO UM COELHO


A inteligência é o maior patrimônio de um indivíduo. Atualmente, são raros os que possuem tal valor pessoal, pois exige muito esforço e uma boa dose de renúncia. É uma escolha entre os livros e o churrasco no final de semana, o cinema, a televisão e etc... Ceder às tentações é muito fácil.

Tenho grande admiração por indivíduos inquietos, que não se acomodam, que buscam a informação como a pessoa que se afoga busca o ar que pode salvar sua vida. Ivandro Coêlho é uma dessas pessoas. Jornalista graduado na UFMA, professor e concursado nos governos Federal e Estadual.

Existem muitos jornalistas, mas poucos com o talento inato de Ivandro (mesmo os que não gostam dele, têm que admiti-lo). Lembra Diogo Mainardi sem a pretensão de querer imitá-lo. A criatividade que utiliza em seus artigos só se iguala a seu talento musical, chegando a participar e ganhar musicais a nível local e nacional.

Muitos se acomodariam com menos. Com muito menos. Hoje dou meus parabéns a Ivandro Coêlho, por ter sido aprovado na seleção para o Mestrado em Educação (veja aqui), em uma seletiva com mais de 160 candidatos, e desejo-lhe sorte em mais essa empreitada. 

O desejo do saber é algo comum na toca do coelho, haja vista que sua esposa, Cleuma Almeida, não fica atrás no brilhantismo acadêmico, e quem já os visitou certamente ficou impressionado com a intimidade do casal e dos filhos com os livros que recheiam todos os cômodos.

Que sirvam de exemplo para os que paralisaram a vida e construíram obstáculos mentais para justificar a inércia. Desejo também a Ivandro, que não seja sua última conquista, mas apenas mais um degrau de uma longa escadaria, que certamente subirá aos pulos e velozmente, como só um coelho faz.

Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

UM ASSALTO. UMA LIÇÃO.

A violência bateu à porta. Durante a comemoração do dia das mães entre familiares e amigos em São Luís, o clima festivo foi abruptamente cortado com a chegada de um carro estranho que parou em frente à residência. Do veículo desceram três homens com pistola em punho e anunciaram o assalto. Um quarto aguardava no carro.

Minha filha de quatro anos e eu estávamos na calçada. Os marginais entraram na casa enquanto um dava cobertura do lado de fora e me observava com atenção. Ele nada falou, e nem precisava... A situação era surreal. Explosiva. Qualquer movimento brusco e uma tragédia poderia acontecer.

Minha filha brincava ao meu lado e não percebeu o perigo da situação. Imediatamente eu a posicionei atrás de mim. Naquele instante, nada mais importava. Virei seu escudo, seu anteparo, sua muralha, sua fortaleza. A morte não me assustava, o que me assustava no momento era a possibilidade de ter que viver sem um filho.

Depois de um breve momento que pareceu uma eternidade, o marginal que me observava também entrou na residência e todos correram para o carro carregando alguns pertences roubados e fugiram em disparada. Minha atenção imediatamente se voltou aos que estavam dentro da casa, incluindo minha esposa e meu filho de dois aninhos.

Todos estavam bem, mas emocionalmente abalados. O ambiente foi de completo terror, com gritos, ameaças e muitas crianças chorando. Aquela ação não levou apenas bens materiais, levou a nossa sensação de segurança. O sentimento de impotência é indescritível. Naquele momento, ninguém era senhor do seu destino. Estávamos à mercê de mãos armadas. O amanhã era apenas uma possibilidade, não uma certeza e talvez nunca mais seja.

Meus filhos, em sua ingenuidade infantil, mantinham o mesmo sorriso inocente no rosto, e isso me tranquilizou. Aquele episódio poderia não ser um trauma em suas vidas. Pedi para Lívia disfarçar o nervosismo na frente deles e fomos para casa para digerirmos o que aconteceu. Para lambermos as feridas. Naquela noite, o sono foi escasso e os sonhos desapareceram.

Em uma situação com risco de morte, tudo fica muito claro. O que é significante salta aos olhos. Dinheiro, propriedades, vaidade, política e outras demandas que povoam nossa vida perdem a importância e você percebe que o essencial são as pessoas: os filhos, a esposa, família e amigos. Elas são insubstituíveis e todo o resto é descartável, supérfluo.

A vida é breve e às vezes não percebemos isso. Não existem garantias. Em instantes, tudo pode mudar. A velhice pode não chegar. O novo dia pode não nascer. Nossas certezas se provam frágeis. Nossas prioridades, mesquinhas. No dia das mães me roubaram a segurança, mas me deixaram uma lição de vida.

Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

EDUCAÇÃO: REFÉM DA POLÍTICA

Muitas pessoas perguntam como esse país poderia desenvolver-se, como conseguiremos sair dessa situação de atraso e quando escolheremos melhor nossos políticos. A resposta é sempre uma: educação. Uma nação com mais educação escolhe e cobra melhor seus governantes, sem cair nos engodos de charlatões profissionais que apelam para recompensas financeiras em troca de votos.

O maior entrave desenvolvimentista desse país reside na classe política. Debaixo dos discursos bem-intencionados, escondem-se crápulas que pensam apenas em interesses particulares. O objetivo da grande maioria dos políticos é a perpetuação no poder, custe o que custar. A fórmula é simples e bom conhecida: um povo mal informado é um povo fácil de manipular.

Se algum dia acontecer uma reforma radical na educação, uma revolução educacional verdadeira, que visasse a melhoria prática de todo o sistema de ensino e não apenas buscasse maquiar a situação local para fazer figura junto a organismos internacionais, a reforma política viria a reboque. 

Atualmente, tem aumentado o número de analfabetos funcionais em faculdades que estão no comércio varejista de diplomas. Amanhã poderemos ter analfabetos ensinando analfabetos (será como ter um cego guiando outro). Nosso Brasil tem soluções mágicas para tudo: para melhorar índices educacionais, ao invés de capacitar o aluno, ele o aprova sem conhecimento; para diminuir a superlotação carcerária, ao invés de construir presídios, ele liberta os criminosos (mas isso é outro assunto), e por aí vai...

O importante é o país parecer bem, e não estar bem. Escolas estão mal estruturadas, professores mal qualificados e remunerado, faculdades medíocres e alunos analfabetos posando com o canudo na mão (literalmente, é o retrato da nossa decadência educacional). A juventude reverencia jogadores de futebol, Big Brothers, mulher melancia, pêra, quiabo e afins, enquanto educadores são desrespeitados em sala de aula. Enquanto isso, a ignorância da população garante o diploma do político.

Nossa situação tem solução? Vejamos se consigo responder: para mudar a nossa realidade, precisamos de vontade política, mas os políticos dificilmente mudariam algo que é cômodo e benéfico a eles. Precisamos então mudar os políticos, mas é difícil fazer isso com uma população facilmente manipulável. A educação é refém da política.

O leitor poderia dizer: você não respondeu a pergunta! Bom, a solução é visível há muito tempo, mas a aplicabilidade dela é muito complicada. Dependemos de políticos mal-intencionados e de um povo, em sua maioria, acomodado. Talvez seja mais fácil achar respostas para os mistérios do universo e o sentido da vida que, atualmente, responder a essa questão.

Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

NEM NIETZSCHE EDUCAVA

“Torna-te quem tu és”, disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, no século XIX. Além das implicações filosóficas, o torna-te quem tu és, é um caminho para todas as potencialidades do ser humano. No final, acabamos sendo o que deveríamos ser. Não que tenhamos limites, mas que impomos nossos limites.

Confuso? Vou tentar esclarecer de uma maneira simples: em uma turma com vários alunos, que desfrutam dos mesmos professores, teoricamente todos deveriam ter condições de aprendizado semelhante, com conhecimento semelhante e chances equivalentes, mas os resultados, por muitas vezes, são completamente díspares. Alguns estudarão e outros não. Alguns assimilarão o conhecimento e outros não. Alguns terão sucesso acadêmico e outros não. No final da vida, não serão tudo que poderiam ser, mas tudo que buscaram ser. O mérito é pessoal. A falta também.

Continuando a falar de educação, o Brasil investe milhões em propaganda, onde mostra as maravilhas alcançadas pelo Governo Federal encabeçado pelo PT. Educação de adultos; escolas em tempo integral; ensino público competitivo, bolsas em faculdades e intercâmbio no exterior... Quer dizer: todos têm grandes oportunidades para desenvolver sua intelectualidade. Que maravilha... primeiro mundo, lá vamos nós!!!

Mas uma coisa me intriga: muitas pessoas que divulgam essa propaganda como quem recita um mantra, inclusive em nossa cidade, têm uma educação limitadíssima. Chegaram até a abandonar suas faculdades... Como assim? Com tanta educação disponível pelo governo, muitos cabos eleitorais não passam de analfabetos funcionais e desistentes? Casa de ferreiro, espeto de pau...

Das duas, uma: a propaganda governista é uma grande falácia para enganar os menos esclarecidos (que teoricamente não deveriam existir) ou, caso seja verdadeira, esses partidários terão que admitir que, mesmo com todas as oportunidades de uma boa formação acadêmica, mesmo com todo o empenho do governo em instruir seus cidadãos, eles não puderam escapar do seu destino: a mediocridade e a ignorância. Esses, nem o próprio Nietzsche conseguiria educar.

Dr. Ernani Maia. 
(Cirurgião-Dentista)
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