A terceira via tem o representante que melhor consegue simbolizar o grupo: pouco expressivo, pouco simpático e com pouco voto. É o insosso Bonequinho da Câmara. As amarras dessa marionete da oposição foram fixadas quando precisou aceitar todo tipo de aliança espúria para conseguir chegar, a duras penas, ao cargo de vereador municipal. Prometeu revolução na Câmara, mas está sendo tão ineficiente quanto um supositório de glicerina na cura contra o câncer de próstata.
Mas uma coisa não se pode negar: o Bonequinho da Câmara sabe retribuir favores. Aprendeu quando assessorava um deputado da região do Baixo Parnaíba. A prova disso, é que depois de ter sido eleito presidente da casa, seus aliados de terceira via foram os vencedores das licitações. Coincidência?
Vejamos: Bonequinho e sua trupe já provaram que tem uma fixação narcísica pelo microfone, este símbolo fálico que encanta e acentua os desejos orais de quem o empunha. Por qualquer motivo, esses ex-aliados de Dandan e Nota Zero correm para rádio alugada para criticar o governo, especialmente no que se refere à transparência.
Engraçado. Durante a licitação na Câmara, não se soube notícia nos meios de comunicação local desse importante acontecimento. Pelo contrário, divulgaram no Jornal Pequeno, em São Luís. Por que não usaram, além do jornal, a rádio e os blogs aliados, que tanto utilizam para cobrar transparência? Garanto que não precisavam nem pagar a mais do que já pagam para os blogueiros amestrados. O processo foi tão misterioso que muitos dos vereadores da casa não souberam das licitações.
Resultado: houve licitação sem concorrência. A Câmara paga hoje R$75 mil reais por ano para um escritório de advocacia que tem como sócio um advogado apoiador da campanha oposicionista. Ou seja, enquanto a Câmara reclama do repasse do município, se dá ao luxo de pagar mais de 6 mil mensais para alguém que apoiou o presidente da casa. Que belo presente! Será que os advogados da cidade não gostariam de concorrer nessa licitação?
Depois que dois vereadores solicitaram os documentos sobre as licitações e lista de funcionários com seus vencimentos, o Bonequino, em tom jocoso, disse para os solicitantes fazerem um exercício e estimar o salário dos funcionários. Não! Quem deve fazer um exercício é o presidente da casa. Um exercício de transparência, de responsabilidade, de honestidade e de leitura. Afinal, para chegar ao cargo de vereador, é necessário saber interpretar um simples texto, e, no caso, um requerimento que explicitamente requisitava a lista dos funcionários com seus vencimentos e outros tópicos que convenientemente foram esquecidos pela presidência da casa.
No fundo, os fios que comandam este Bonequinho são os mesmos que ajudaram Dandan e Nota Zero a permanecerem no poder por 12 anos. Apesar da nova roupagem, os métodos ainda são os mesmos. Por debaixo da capa de transparência que enfeita esse fantoche, persiste a mesma troca de favores e a promiscuidade política típica dos oportunistas que o cercam.
Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)
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