sexta-feira, 8 de março de 2013

DESABAFO - Por Lucas Almeida Carneiro

Minha mãe recebeu da polícia um documento em que eu era intimado a prestar depoimento na delegacia. Imaginem a aflição dela. Até mesmo eu fiquei sem saber o que tinha feito de tão grave para ter que conversar com o delegado.

Soube depois que o motivo era um comentário que eu tinha feito no facebook sobre um fato que era público. Fiquei revoltado. Minha mãe e meu pai ficaram aliviados, pois já imaginavam que eu tinha feito algo grave, que tinha me aventurado no submundo do crime ou algo parecido. Coisas de pai e mãe.

Quer dizer então que não posso exercer meu papel de cidadão? Expor meu ponto de vista em relação à política de Chapadinha? Tenho que ficar calado por medo de ser processado pelo simples fato de um vereador querer ser o tal?

Deixei de ter minhas aulas normais para tomar uma lição de intransigência. Uma lição de intimidação. Uma lição de como não se faz democracia. Lição que deveria ser ministrada por alguém que não suporta crítica e que quer calar à força qualquer um que o desagrade.

Dia 7 tive minha primeira experiência na presença de um delegado. Tive que abandonar meu curso preparatório para medicina e dar satisfações à justiça. O vereador disse que meu comentário tinha difamado ele e queria um pedido de desculpas por ter sido sincero.

Logo assim que chegou a sala do delegado, o vereador ficou surpreso quando se deparou com minha família e dois advogados. Ele imaginava que poderia me intimidar por ser jovem e inexperiente em assuntos judiciais. Não Vereador, você tentou intimidar a pessoa errada.

O vereador Eduardo Sá, depois de se dizer incomodado com a presença dos advogados e ser severamente repreendido pelo Dr. Carlos Sérgio, disse que quem deveria ser repreendida pela falta de pagamento do aluguel seria sua esposa, e não ele.

Ele pode até ter razão, mas nessa hora, tive pena da sua esposa. Apesar de ter apenas 18 anos, sei que aquilo foi falta de cavalheirismo. Se eu puder poupar minha mãe, pai ou namorada de qualquer aflição, faria isso com muito orgulho, pois os amo.

Na próxima semana ainda nos encontraremos e desta vez, na frente de um juiz. Mas nem tudo foi perda de tempo. De tudo se aprende uma lição. Aprendi como um homem não deve se comportar. Como um político não deve se comportar. Aprendi com meu pai e minha família, que honra, honestidade, coragem e cavalheirismo não são adquiridos na faculdade nem com o diploma de vereador.

Saí fortalecido, já sou mais homem e cavalheiro que este vereador que não tem condições emocionais para representar o povo.

Lucas Almeida Carneiro

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