quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

CINZAS DA MEMÓRIA

Quarta-feira de cinzas. Fim do carnaval. Meu fígado agradece. As cinzas também servem para você rememorar alguns acontecimentos e, se assim desejar, queimá-los da memória.

Muitos gostariam de incinerar da lembrança algumas passagens da vida, especialmente no período carnavalesco. Que pena. Assim como uma fênix, essas memórias teimam em renascer.

Um vereador protagonizou um desses episódios. Brigou com o segurança de uma banda, pois este não reconheceu toda sua autoridade e onipotência. No próximo evento, sugiro que entreguem uma lista contendo os nomes das pessoas que se sintam “importante” no nosso município para que vexames como este não aconteçam.

Não parou por aí. Aos berros, uma voz exige retaliação. “Essa banda não toca mais! Quem manda nessa cidade sou eu!”. Quando todos pensavam que Belezinha havia surtado e dito a infame frase, perceberam que ela partira de uma aspirante a deputada estadual.

Onde estavam aquelas pessoas que se diziam preocupadas com o povo? Que humildemente pediam voto? Que pregavam paz e respeito? Que denunciavam o autoritarismo de Magno e Danúbia?

Sei que o período carnavalesco é um período de excessos, especialmente de álcool, e muitos usam isso como um atenuante. Não vou usar de falso puritanismo, pois confesso que também já o fiz. Mas o dia seguinte diferencia pessoas responsáveis de inconsequentes...

O dia seguinte é o dia da ressaca moral. O dia em que se dissipa o véu etílico que embota a mente e entorpece a razão. O dia de assumir a responsabilidade pelos erros e reparar o dano. É o dia de amadurecer.

Somos falíveis e sujeitos a cometer bobagens (alguns aprendem com elas, outros não...), especialmente neste período. Mas também devemos ser responsáveis por nossos atos, sejam eles motivados por álcool ou soberba.

A cidade merece mais dos seus representantes e dos que desejam representá-la. A cidade merece um pedido de desculpas por comportamentos que não são condizentes com figuras públicas. Merece ser administradas por aquelas pessoas honradas, humildes e comprometidas que se apresentavam em palanque, não por suas grotescas máscaras de carnaval.

Não há como alterar o passado. As atitudes que serão tomadas deverão falar mais alto. Ou atenuam o acontecido ou reforçam a infâmia. O tempo dirá.

Finalizo esperançoso. Digo que ainda há tempo para mudar. Que ainda há tempo para amadurecer. Que ainda há tempo para deixar os eleitores orgulhosos dos seus representantes.

 Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)


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